As classes, mesmo dissolvidas, ainda são o retrato de uma sociedade ocidental. As classes são diluídas apenas em seu plano político. No mundo a fome e a escravidão ainda imperam. Muito se fala em proletarização da burguesia, aburguesamento do proletariado, mas pouco ainda se fala sobre a classe esquecida da servidão. No fim, a escravidão ainda é o meio, pelo qual o modo de produção capitalista permanece. A história da luta de classes é contada na visão das classes concebidas como existentes, o servo propriamente dito, não participa da divisão de classes, as mãos que produzem o sistema, estão escondida no capitalismo underground 
(submundo). Na carvoaria, nas jazidas de diamante, nas confecções de roupa; o produto surge, não mais com a mão do trabalho do homem, mas com o trabalho do coisa, do homem-coisa, das mãos chinesas, do homem não-livre, não-homem. Não existe valor em um sistema que a produção é escravagista. Porque a mais-valia é sempre total. Não podemos chamar o capitalismo de capitalismo se o trabalho exercido é subsumido. Não há trabalho, há escravidão.
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